quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Apaixonar-se

“Cada vez que nos apaixonamos, estamos tendo uma nova chance de acertar. Estamos tendo a oportunidade de zerar nosso hodômetro. De sermos estreantes. Uma pessoa acaba de entrar na sua vida, você é 0km para ela. Tanto as informações que você passar quanto as atitudes que ela tomar serão novidade suprema – é a chance de você ser quem não conseguiu ser até agora.”
Assim escreveu Martha Medeiros em sua crônica "Apaixonados".

Estamos tão constantemente querendo provar a nós mesmos que somos bons o suficiente, que recorremos a rotas nem tão confiáveis para tal.
Apaixonar-se é bom, um dos melhores sentimentos que podemos experimentar. Porém, isso requer uma outra pessoa envolvida, que pensa e age diferente. Que tem vontades e princípios. Que tem sonhos, e você, certamente, vai acabar com alguns deles.
Antes de cair na paixão, deve-se ter a consciência de tudo que você vai significar para essa pessoa. De tudo que você vai prometer, mesmo sem dizer uma palavra. De que todas palavras ditas serão consideradas, bem como todos os gestos e todo deslize.
Estar morto de paixão é ótimo, é essencial, mas há de ser forte o suficiente para conseguir lidar com toda dor e abismo de solidão que te assolará quando tudo isso acabar. Pode levar anos para chegar ao fim, como pode levar um breve período de tempo.
Okay, tudo isso é racional, é fácil de pensar e concluir. E quando chegar a hora de botar em prática?
Quando chega  hora somos tão ausentes de modéstia que achamos, temos a ousadia de achar que seremos perfeitos. Que não vamos ferir, machucar, abandonar covardemente. Parabéns se assim for, mas duvido muito que seja.
A beleza do ser humano está em parte nessa fantasia, de achar que tudo vai dar certo, de investir, de dar um tiro no escuro simplesmente movido por um desejo, que nem precisa ser tão grande assim.
E a graça do ser humano está em parte na dor imensa que sente quando descobre que passou. Quando descobre que fracassou. Que não correspondeu o próprio desejo de ser o melhor. De ser lembrado como imortal.
Mesmo com todos os contras, ainda quero me reinventar. E vamos lá. Outra vez. 

domingo, 12 de dezembro de 2010

Do Teu Lado

Hoje está chovendo, está frio. Há um gosto de solidão que há tempos não experimentava.
De certa forma perdi mais do que achei que perderia em menos de uma semana.
Perdi mais do que eu consigo suportar, até.
Terei quase 60 dias de descanso da universidade, da distância dos amigos e da família. Porém, hoje, não sei quantos serão os dias que meus olhos verão passar sem você.
A dor da ausência machuca e corrói, mas a dor, o aperto no peito de imaginar suas lágrimas doem mais. E isso não passa.
E vem a culpa, os "se", o "quase".
Eu já vinha aprendendo há um certo tempo que não controlo tudo, que não tenho tudo sob controle na palma da mão.
Está certo, posso ter perdido a presença física, um pedaço de vil metal. Mas as lembranças e o amor não se perderam no meio do caminho.
Eu sigo acreditando. Acreditando em tanta coisa que daria pra escrever um livro.
E, pensando sobre ontem, eu quero algo sim. Quero que você encontre alegria, onde quer que seja. Se ela está em mim, eu lhe dou. Do jeito que eu conseguir, que eu puder.

"Canção de fim de tarde
Pra se infiltrar nos seus poros
Pra contar com você
Te olhar no fundo dos olhos
Canção pra andar do teu lado
Em toda e qualquer cidade
Pra te cobrir de sorrisos
Quando eu chorar de saudades"

Sigo te amando.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Vazio

Não abrir a porta de madrugada
Não estender os braços sonolentos
Não interromper o sono para um carinho
Não passar horas sem fim na estrada
Não ficar imaginando a música certa
E a boa estrada a seguir.
É este o amargo que preencherá os meus dias.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

E o Acaso?


http://www.youtube.com/watch?v=gaQ8g1GW4PQ&feature=player_embedded#!

Quanta coisa muda em dez minutos.
Realmente, é o acaso.

Quanto Vale a Vida?

Dúvida levantada a partir da música do Engenheiros do Hawaii. Não que eu nunca tivesse pensado seriamente nisso, mas essa idéia voltou à minha mente agora, depois de poucos minutos ao telefone.
Enfrentamos tanta dificuldade, hostilidade, todos os dias em nossos mundos particulares que se torna cada vez mais necessário acharmos que somos fortes. Que sustentaremos o peso da vida nas costas sem fraquejar. 
No meu caso, o mundo físico consiste em ir à universidade, estudar em função dela, ler ou assistir algo para desanuviar e vez em quando ver alguém especial.
Pode parecer pouca coisa, às vezes pode parecer muita. Não faz diferença, é apenas uma rotina, responsabilidades.
Se fossem apenas as coisas, de fato, eu não teria que me preocupar muito. Porém, permeando as tais coisas, existe as pessoas. E essas sim, me preocupam.
Se fossem apenas pessoas, quaisquer, a preocupação seria pouca. Mas não, há as pessoas próximas, as que realmente importam. E essas sim, me fazem pensar demais.
Quando você decide se responsabilizar totalmente por quem é e pelo que faz, quase como passe de mágica, você passa a ter costas largas, onde muitos depositam, por muitas vezes, sentimentos próprios que não suportam em suas próprias costas.
Então, lhe cabe mentalizar que é forte. Arranjar força em algum lugar. Cada um a seu modo, como bem entender.
É importante tirar a força do interior. Vez em quando das pessoas amadas. 
E quando as pessoas amadas já não acreditam na sua força? E quando a sua consciência já não lhe deixa acreditar?
Nessa hora, quanto vale a vida?
Gostaria que fosse mais do que penso que seja agora.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

É Só o Vento Lá Fora

"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã".
Acho que esta é a frase/filosofia de vida que mais está em desuso hoje em dia.
Pessoas ocupam-se cada vez mais com vidas alheias, entulho emocional, quando uma boa dose de amor, puro e simples, resolveria muita coisa.
Pode parecer utopia, mas eu ainda sou defensora total do amor como solução para os problemas da humanidade. Não somente amor entre as pessoas. Amor à natureza, ao trabalho, a um livro ou a um filme. A uma sensação, uma estação do ano.

Como disse Tolstói "é no coração do homem que reside o princípio e o fim de todas as coisas".